Tratamento da fistula retovaginal descrito no livro do colégio Americano de cirurgiões com ilustrações e apresentação de caso clínico.
Mensagem: Ache um tempo, um pequeno tempinho para você se refugiar neste canto mágico abaixo:
Canto Mágico: |
Saude com respeito:
- Duvidas: Nos envie a sua.
|
e.mail. paulobranco@terra.com.br
whatsApp. 995204135
- Clinicas:
Proctologista no bairro da Lapa São Paulo:
Fixo: 11-36728943
Móvel: 11-986663281
Mônica |
Proctologista no bairro da Vila Nova Conceição São Paulo:
Fone: 11-38467973
Fátima: |
Proctologista no centro de São Paulo, na Praca da Republica
Fone: 11-33317016
Renata: |
Anatomia da mulher: Para a sua melhor compreensão, da relação entre o canal vaginal e a região anorretal.
Causas:
-
Trauma
obstétrica:
É a causa mais frequente das fístula retovaginais adquiridas, porém a infecção e outras
formas de trauma podem causar essas fístulas. Após o trauma obstétrico, a
fístula pode manifestar-se imediatamente, mas aparece com maior frequência 7-10
dias após o parto. As fístulas ocorrem com maior frequência após lacerações de
terceiro e quarto graus. Reparo inadequado, deiscência do reparo ou infecção
podem resultar na formação da fístula.
Abscesso: Infecção |
Fístula retovaginal: |
- Infecção da gandulas anais:
A infecção das glândulas localizadas na parte interna
do ânus pelas bactérias das fezes, consequente a diarreia ou traumatismos,
poderá da origem a um abscesso que poderá crescer em direção a parede da vagina
e drenar espontaneamente para dentro do canal vaginal, formando uma fístula retovaginal.
Glândula inflamada: |
Comentário: Dr. Paulo Branco.
Já operei alguns casos das fístulas retovaginais que
começaram por um abscesso anal, que drenou para a vagina. Essas pacientes tem a sua qualidade de vida
profundamente alterada, pela dificuldade de compreensão da doença e péssima
qualidade de vida.
- Tumores:
Doenças malignas retais ou ginecológicas podem causar
as fístulas retovaginais por invasão local pelo tumor ou secundárias
ao tratamento com radioterapia.
Doenças inflamatórias intestinais, com a retocolite ulcerativa e principalmente d
doença de Crohn, essa altamente fistulizante, poderão causar esse tipo de
fístula
As cirurgias realizadas sobre o reto e vagina poderão
ter como complicação a fistula
retovaginal, principalmente após anastomose ou suturas na parte baixa do reto,
feitas de forma manual e principalmente nas anastomoses feitas com
grampeadores.
Traumatismos pelo uso de corpos estranhos e brinquedos
eróticos introduzidos pelo reto ou
vagina.
Infecção viral ou bacteriana em pacientes HIV
positivos.
Descrita após dilatação como forma de tratamento do
estreitamento vaginal provocado por radioterapia.
Existem 2 objetivos principais na avaliação de
mulheres com possíveis fistulas
retovaginais:
- Avaliação da fistula
- Avaliação dos tecidos adjacentes.
O tipo de investigação necessária varia de acordo com
a causa da fístula.
Identificação do local da
Fístula:
- Inspeção local: Em
muitas mulheres que apresentam queixas compatíveis com fístula retovaginal, o
local pode ser prontamente identificado durante o exame. A inspeção visual pode
mostrar a mucosa retal de cor vermelho-escura, em contraste com a mucosa pálida
da vagina. Ao exame do reto, pode ser visto um abaulamento na linha média
anterior.
O exame
endoscópico detectará facilmente a abertura no reto.
A injeção de azul de metileno ou mesmo de solução
salina pelo orifício vaginal da fístula poderão confirmar facilmente o
diagnostico pela coloração de um tampão colocado no canal vaginal.
- Radiológicos:
Tomografia Computadorizada:
Identifica o trajeto da fístula e avalia os tecidos
vizinhos.
Ressonância Magnética e Ultrassom:
São usados na identificação dos trajetos fistulosos, e
a sua relação com estruturas anatômicas importantes, como os músculos
formadores dos esfíncteres anais, informação esta de grande importância para o
tratamento cirúrgico.
O segundo objetivo será determinar a etiologia e
avaliar os tecidos que adjacentes. Os exames necessários são determinados pela
suposta etiologia da fístula.
- Se
o mecanismo da lesão for o trauma obstétrico,
as chances de haver lesão dos músculos formadores dos esfíncteres anal são
maiores.
- Um estudo mostrou que 100% das mulheres com fístula
retovaginal após o parto apresentaram lesão de esfíncteres.
- Ultrassom e Ressonância deverão ser feitos para
identificação e avaliação do esfíncter anal.
- Doença de Crohn: Há suspeita quando as fístulas são
múltiplas e deverão ser solicitados a colonoscopia e exames radiológicos
contratados.
- É importante que o carcinoma seja distinguido da
lesão por irradiação. Em pacientes com história de doença maligna tratada por
meio de radioterapia, o exame sob anestesia local com biópsias frequentemente é
necessário. Dois estudos relataram uma incidência de 50% de câncer recidivado
nas biópsias dessas fístulas.
Classificação:
Existe uma variedade de sistemas de classificação para
as fistulas retovaginais. A maior
parte dos sistemas classifica-as pelo tamanho, pela localização e etiologia.
Daniels classificou as fístulas de acordo coma sua
localização no septo retovaginal em baixas, médias e altas.
- Baixas: Nas fístulas baixas, a
abertura no reto fica situada na linha denteada, no interior do ápice ou cúpula
vaginal.
Altas: A abertura fica situada próximo a cérvix.
-
Medias: Situada entre a duas acima.
Interesse: Esse sistema será útil para
aquelas fístulas altas que provavelmente necessitam de serem abordadas pelo
proctologista por incisão abdominal. As fistulas medias e baixas poderão ser
abordadas pela via perineal.
Comentário: Dr.
Paulo Branco
A principal mensagem desse sistema de classificação é
que a etiologia das fístulas, será o melhor guia para o tratamento dos
pacientes.
Tratamento:
-
Clinico:
O tratamento clinico é
adequado para as mulheres com fístulas pequenas e com sintomas mínimos. A
melhora da função intestinal da paciente, em particular o controle da diarreia,
é benéfica. Infelizmente, para a maioria das mulheres com fístulas retovaginais,
os sintomas são intoleráveis.
- Cirúrgico:
Em qualquer paciente com fístula
retovaginal, o tratamento conservador é uma opção se os sintomas
forem toleráveis, como a maioria são intoleráveis eu indiquei a cirurgia de retirada da fístula com o laser.
Facilita a cirurgia: |
Cirurgia: Laser. |
Técnicas cirúrgicas:
1- Reparos locais:
O reparo local será adequado nas mulheres com
fístulas retovaginais submetidas ao primeiro ou segundo reparo com esfíncteres
intactos.
2- Seton:
Muitos estudos sobre fístulas retovaginais
relataram resultados desanimadores, com 0 – 33% de sucesso em um número muito
pequeno de pacientes.
Comentário: Dr Paulo Branco.
Já retirei varios destes setons. O pacientes referem alivio e retorno a sua vida normal. Eu aproveito que o seton, funcionará como um guia para que possa retirar todo o trajeto fistuloso.
3- Retalhos de avanço:
Esses retalhos podem ser realizados por via
transretal, vaginal ou perineal. Uma vantagem da abordagem através do ânus é o
acesso direto ao lado do reto onde está a fístula, que é o lado de alta
pressão.
-
Lowry et al. Relataram uma taxa de
sucesso de mais de 80% no primeiro e no segundo reparos, porém de apenas 55%
após 2 reparos.
-
Sonoda
et al. Também
mostraram que o diagnostico de doença de Crohn foi associada a taxa de falha
mais alta em seu estudo de 105 retalhos de avanço endorretais.
-
Os retalhos anocutâneos são uma opção para
as fístulas retovaginais
distais ou anovaginais.
-
Foram relatadas taxas de sucesso de 84-100%
com retalhos vaginais.
Avanço do manguito retal:
Uma abordagem transretal alternativa é o avanço do
manguito retal, que consiste em mobilização e avanço do reto distal para cobrir
a fístula.
Excisão e fechamento da fístula:
Outra opção é a
excisão, com fechamento do trajeto fistuloso. Atualmente o trajeto poderá ser
fechado pelo reto, vagina ou pelo peritônio. O trajeto fistuloso será retirado.
A mucosa vaginal, o septo retovaginal, a musculatura retal e a mucosa retal são
fechados por planos.
Resultado: O reparo fechado foi
bem-sucedido em 87-100% das pacientes nas pequenas series publicadas.
Interposição de Tecido:
Músculo
A técnica de
interposição de tecido mais comum é a esfincteroplastia, usada quando a fístula
retovaginal está associada a lesão do esfíncter, situação em que a
esfincteroplastia corrige a fístula e a incontinência.
Resultado: As taxas de sucesso do
fechamento das fístulas retovaginais
com essa técnica variam entre 65-100% das pacientes.
Fístulas resultante de
traumas obstétricos:
- As fístulas retovaginais podem fechar-se espontaneamente
no período pós-parto precoce, as demais requerem tratamento cirúrgico para seu
fechamento.
- É importante que o tecido na volta do trajeto da
fístula esteja livre de infecção e endurecimento antes da cirurgia. Em muitas
pacientes, o tratamento da infecção e o tempo permitirão que os tecidos
adjacentes se tornam frouxos.
- Uma etapa importante na avalição das mulheres com fístulas causadas por traumas
obstétricos é o estudo da anatomia e da
função do músculo esfíncter anal. Em estudos múltiplos, a incidência de lesão
associada do esfíncter aproxima-se de 100% nesse subgrupo de pacientes. Portanto,
tanto o fechamento da fístula quanto a continência devem ser considerados
fatores importantes para o resultado do tratamento.
- Um simples reparo local está indicado para mulheres
que apresentam fistula retovaginal
pós-parto. Na pratica, essas mulheres representam apenas um apequena parcela
das pacientes com fístulas retovaginais,
porque a maioria tem lesão do esfíncter concomitante.
Fístulas resultantes da doença Criptoglandular:
Na maioria dos
relatos, as fístulas retovaginais secundárias a doença criptoglandular
representam apenas uma pequena parcela.
Exame: Uma ultrassonografia endoanal deverá ser feita para excluir lesão do
músculo esfíncter anal.
Técnicas:
Caso não haja
lesão muscular na ultrassonografia:
Cirurgias:
Retalho de avanço
anorretal: Caso
Exérese do trajeto
fistuloso.
É uma conduta de
exceção ou ultima conduta a ser tomada
para controle dos sintomas.
Fístulas retovaginais iatrogênicas:
O tratamento
baseia-se na cirurgia que causou a fístula.
Algumas fecham espontaneamente, embora isso seja menos provável se a paciente
foi submetida à irradiação pélvica.
O reparo será
determinado pelo nível da fístula. As fistulas
altas em geral requerem ressecções repetidas, com anastomose de músculos. As
fistulas baixas podem ser tratadas pela retirada ou avanço de retalhos do reto
ou vagina. As fistulas grandes ou
aquelas que não respondem às tentativas iniciais de reparo requerem
interposição de tecido.
Fístulas retovaginais persistentes:
Repetir o reparo
após a primeira tentativa parece apresentar uma taxa de sucesso razoável. Estudar
sempre a integridade do esfíncter e esperar um tempo para a sua recuperação de
no mínimo 3 meses. Áreas de infecção deve ser drenada.
Cirurgias:
- Fistula baixa: Dependerá do estado do esfíncter e do número de
reparos prévios. Se houver lesão do esfíncter, a esfincteroplastia será a
escolha adequada.
- Fístula média: Interposição de tecidos.
- Fístulas altas: Retiradas ou
interposição de tecidos.
Comentário: Dr. Paulo Branco
A estratégia pré-operatória passa a ser tão importante
quanto a escolha da técnica cirúrgica. Eu prefiro fazer os exames que dão a
integridade e função dos músculos envolvidos, para depois escolher a técnica
adequada.
Fístulas Retovaginais secundarias à doença de Crohn:
- Devido a
natureza da doença de Crohn, em vez
de procurar eliminar a fístula, o objetivo principal nesse subgrupo de
pacientes é o controle dos sintomas. Além disso, o tratamento da doença de Crohn muda constantemente mais em
qualquer outro subgrupo de pacientes.
- Medicamentos: O tratamento com medicamentos, antibióticos e
imunossupressores é capaz de controlar os sintomas, mas raramente fechará a
fístula.
- Quando a fístula
persiste, apresenta sintomas e não há regressão da inflação do canal anal ou proctite, então o tratamento cirúrgico
é adequado.
- Cirurgia: O tratamento cirúrgico geralmente requereu proctectomia devido à proctite associada e não foi
uniformemente bem-sucedido, mesmo na ausência de inflamação. Para os casos sem
inflamação associada, isto é uma proctite
ativa, várias técnicas de avanço de retalho foram relatadas; embora os
reparos possam ser bem-sucedidos, não o fazem de maneira uniforme, mesmo na
ausência de inflamação, proctite.
- Um estudo
randomizado e controlado mostrou que o infliximabe
foi muito melhor do que o placebo na cicatrização das fístulas na doença de Crohn, Estudos subsequentes
confirmaram uma taxa de cicatrização
de 24-25%, com base nos sintomas clínicos.
-
Colostomia: A necessidade de derivação é
controversa, mas em geral é realizada nesse subgrupo de pacientes.
Fístulas retovaginais secundárias a Doença
Maligna:
-
O tratamento dessas fístulas é
ditado pelo tipo de doença maligna subjacente ou de base.
-
No câncer de reto que invade a vagina, é necessário a ressecção com ou sem
reconstrução. Para conforto da paciente, a derivação pode ser necessária antes
de iniciar o tratamento, caso seja realizada terapia adjuvante para controle
dos sintomas.
-
Se o tratamento erradicar o tumor, a interposição de músculo pode ser considerada
após resolução dos efeitos agudos da radiação.
-
Se o tumor persistir após quimioterapia, é necessária uma ressecção
perineal.
Fístulas Retovaginais secundárias à radioterapia:
- A avaliação das pacientes com fístulas secundárias a
RADIOTERAPIA deve ser mais intensa que a maioria das pacientes com
fístula retovaginais. Devido à idade usual das pacientes, elas
são mais propensas a apresentar alterações clínicas importantes. Além disso, é
crucial que o local da fístula seja biopsiado para excluir recidiva de câncer.
- A derivação durante um período mínimo de 6 meses é
recomendado para permitir que a inflamação dos tecidos vizinhos desapareça.
- A decisão sobre a intervenção cirúrgica baseia-se no
estado clinico da paciente, no grau de sintomas causados pela fístula e
em quaisquer anormalidades associadas, bem como no risco do procedimento
corretivo proposto. Não raramente, a combinação daqueles fatores torna a
colostomia a escolha mais razoável. Ela é particularmente adequada para a
paciente que apresenta incontinência fecal
importante.
Fístula Retovaginais Iatrogênicas ou por erro:
- A escolha do tratamento da
fístula iatrogênica baseia-se na cirurgia que causou o problema.
- Quando
a fístula ocorre, em geral é
necessário a derivação temporária para controlar a infecção pélvica.
- Algumas fístulas se fecharão espontaneamente, embora
isso seja menos provável se a paciente foi submetida à irradiação pélvica.
- O
reparo é determinado pelo nível da fístula. As fístulas altas em geral requerem
ressecções repetidas, com anastomose ou interposição de omento ( gordura) ou
músculo. As fístulas grandes ou aqueles que não responderam às tentativas iniciais
de reparo requerem interpretação
minha mae apresentou fistula retovaginal com neoplasia no reto derivado cancer recitivado do ovario infiltrado na cupula vaginal fez 4 linha de quimioterapia e duas radioterapia hemostatica o que fazer a alternativa sem procedimento de colotomia ela tem 80 anos . email adailtooliveira@gmail.com telf 19 33920228 agrado rresposta urgente. obrigado
ResponderExcluirFui submetida a cirurgia utilizando a tecnica do cordel a fistula reto vaginal derivado a parto com fórceps sei que o cordel agora será puxado para que a fistula desça mas pouco mais sei poderiam me esclarecer porfavor vai fazer 8 dias sexta feira. Obrigado
ResponderExcluirOlá boa noite, tenho uma irmã de 16 anos com fistula vaginal, moramos em Bastos interior de São Paulo, não estamos encontrando tratamento para ela. POR FAVOR NOS AJUDE. Meu e mais é laine_nego@hotmail.com
ResponderExcluirDr Kike Saad de botucatu resolve.
ExcluirDoutor, boa noite
ResponderExcluirQuando a cirurgia é realizada, pode haver possibilidade de voltar os problemas, depois de uma gravidez por exemplo? Foi caso com minha esposa. fez a cirurgia, estava tudo bem. Mas agora voltou a sentir dores novamente.
Boa noite,tive câncer no colo do útero e fiz fiz tratamento com radioterapia,c isso causou uma fístula reto vaginal...fiz uma cirurgia para pôr bolsa de colostomia...faz um ano que estou usando gostaria de saber se posso reverter...pois meu médico disse que provavelmente tenho que ficar para sempre..
ResponderExcluirObrigada