Tratamento do abscesso perianal descrito no livro do colégio americano de cirurgiões irá comentar o artigo sobre os abscessos
perianais escrito pelo Colégio Americano
de cirurgiões, com ilustrações e caso clinico.
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Renata |
A. Introdução:
- Os abscessos anorretais e
as fístulas anais representam diferentes fases
de um espectro patogênico comum. O abscesso representa o evento inflamatório
agudo, enquanto a fístula representa o processo inflamatório crônico.
B. Abscesso perianal:
Anatomia:
- O sucesso na erradicação da supuração e da fístula
anorretal requer um conhecimento profundo da anatomia anorretal. É essencial a
compreensão da existência de eventuais espaços anorretais.
- O espaço perianal está localizado na área da margem
anal. Continua-se lateralmente com a gordura isquioanal ( gordura que ocupa o
espaço lateral do canal anal e reto) e medialmente com a parte inferior do
canal anal. É contínuo com o espaço entre os músculos formadores dos
esfíncteres anais.
Causas:
- Noventa por
cento de todos os abscessos anorretais
resultam de infecções das glândulas anais, enquanto o restante resulta de
outras causas.
- A obstrução do
ducto da glândula anal, resultará em estase da secreção, infecção e formação do
abscesso perianal que drenará e formará
a fístula perianal.
- Os fatores predisponentes para a formação da fístula
anal, incluem diarreia e traumatismo sob a forma de fezes
endurecidas.
- Os fatores associados podem ser as fissuras anais,
infecção de um hematoma, ou doença de Crohn.
Causas do abscesso perianal:
Inespecífica, criptoglandular, doença de Crohn, colite
ulcerativa, infecção, tuberculose, traumatismos, corpo estranho, cirurgia,
episiotomia, cirurgia de hemorroida, cirurgia da próstata, leucemia, linfoma
radioterapia.
Classificação:
- De acordo com a sua localização nos espaços
anorretais potenciais, podem ser classificados, em:
Ver a figura:
Avaliação e tratamento:
Sintomas:
- Dor, tumefação e
febre são as principais características associadas ao abscesso.
Abscesso: seta. |
Foto acima, Condução do caso pelo Dr Paulo Branco:
Observar que nesta paciente tem uma cicatriz de um trajeto de uma fístula perianal, tratada por uma fistulotomia e a mesma retornou, primeiro como um grande abscesso perianal com expansão para o glúteo, Esse abscesso teve a sua origem no orifício interno da fistula, deixado pela fistulotomia acima citada.
Conduta: Dr Paulo Branco
Drenei o abscesso e daqui a 30 dias, solicito uma Ressonância Magnética, para mapear o trajeto fistuloso e indicar o tratamento cirúrgico, a Fistulectomia completa, que contará na retirada dos dois orifícios e do trajeto fistuloso.
Informação Importante para médicos e pacientes:
A principal causa do insucesso na cirurgia da fistula, foi a sua retirada parcial, isto é o pacientes já sai da sala de cirurgia com a fístula, por isso será de grande importancia usar de um instrumental ou guia, como o da foto que irá retirar toda a fístula.
- Dor retal grave acompanhada de sintomas urinários como ardência, retenção ou incapacidade de urinar pode ser sugestiva de abscesso entre os músculos formadores dos esfíncteres anais superficiais e profundos.
- Inspeção: Evidenciará uma área
avermelhada, tumefeita com flutuação.
- Nos abscessos profundos o exame retal e vaginal
poderão ser extremamente doloridos.
- Exames endoscópicos são inadequados pela dor e
desconforto que poderão causar.
- Basicamente, o tratamento de um abscesso anorretal
consiste em incisão, drenagem e antibióticos adequados.
- Raramente, o atraso no diagnostico e tratamento dos
abscessos anorretais poderá resultar em infecção necrotizante e óbito.
- A drenagem deverá ser feita através de uma incisão
cruciforme ou elíptica, retirando-se os bordos para evitar um fechamento
precoce da pele. A drenagem dos abscessos perianais poderá ser realizada sob
anestesia local.
Os abscessos superficiais poderão ser drenados sem a
utilização de drenos e os abcessos profundos, poderão ser drenados com drenos
laminares ou mesmo com o auxilio de cateteres de borracha maleável com
extremidade em forma de cogumelo de 10-16 French, inserido através de uma
cânula na cavidade do abscesso.
- Entre os pacientes com abscessos perianal drenados, 11% podem
desenvolver fístula perianal, enquanto 37% podem desenvolver recidiva do abscesso perianal. Isso
ocorre com maior frequência nos abscessos profundos.
Volumoso abscesso perianal: |
- A falha em identificar uma abertura interna poderá ocorrer em 66% dos pacientes.
- 50% dos pacientes após o primeiro episodio da formação de um abscesso,
não formaram fístula.
Incisão: Drenagem |
Dreno na cavidade do abscesso: |
Cuidado: A insistência na busca de uma fístula poderá levar à formação de um falso trajeto e secção desnecessária do músculo esfíncter anal com risco de incontinência anal.
Abscessos anais
x HIV:
- Os pacientes que
são soropositivos para o vírus da imunodeficiência humana ( HIV) e apresentam abscessos necessitam de drenagem, quer por
incisão e drenagem ou por cateter.
- Como estes pacientes
são imunodeprimidos, devem ser usados antibióticos.
- Os esforços
devem ser dirigidos para manter pequenas feridas, pois esses pacientes correm o
risco de má cicatrização. Um aumento da incidência de sepse ou infecção
perineal grave pode ser observada em pacientes HIV- positivos.
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