Incontinência
Fecal
Proctologista: Dr Paulo Branco
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e-mail / msn. paulobranco@terra.com.br
A perda involuntária de gases, secreções e uma queixa que ocorre com
certa freqüência no meu consultório e que incomoda profundamente os pacientes.
O Soiling ou pequenas perdas que mancha
a cueca ou calcinha que interfere profundamente na vida social e afetiva dos
pacientes e a principal queixa. Encontrar um centro dirigido para o tratamento
integrado desta afecção que inclui uma orientação diagnostica correta,
medicamentos específicos que tenha ação sobre os músculos anais, recuperando o
seu tônus ou relaxando o espasmo ou tendinite associados a fisioterapia por reeducação ou estimulo
elétrico e difícil de encontrar. O nosso objetivo e de fazer o possível para
que estes pacientes possam ter uma vida normal.
Continência
Anal: Entenda
Antes de
falarmos sobre a incontinência fecal e importante que você primeiro saiba sobre
o funcionamento normal, isto e, a continência anal. A continência fecal e uma
função complexa que resulta da interação de múltiplos mecanismos, como:
- Consistência
das fezes
- Capacidade
de enchimento do reto
- Sensibilidade
da mucosa retal
- Função dos esfíncteres
responsáveis pela continência anal
- Integridade
dos Músculos que formam o assoalho pélvico
- Inervação
integra
Uma falha
neste complexo sistema poderá determinar a incontinência que será abaixo
descrita: Boa leitura.
Definição: Incontinência
anal
Poderá ser
definida como uma perda no controle dos esfíncteres ou mesmo a incapacidade em segurar
a vontade de evacuar a tempo e lugar apropriado, resultando na perda
involuntária de gases e fezes, Comprometendo a qualidade de vida,
principalmente quando se consideram as conseqüências físicas, psicológicas e as
limitações sociais.
Incidência na
população:
A
incontinência e um grave problema social e medico com grande repercussão ou
impacto socioeconômico. A incidência varia de 0,1 a 5% na população e o seu
aumento e progressivo com a idade. Um estudo com 2750 idosos foi observado uma
incidência de 2,2% de incontinência e destes 30% tinha mais de 65 anos de idade,
63% eram mulheres, 30% eram incontinentes a fezes sólidos e 60% eram a gases. Representa
a segunda causa de internação de idosos em asilos.
Causas:
Todas as condições que afetam os mecanismos que garantem a continência
anal, acima citados, poderão determinar a incontinência anal, são eles:
1 - Pseudo-incontinência:
Prolapso ou
saída de hemorróida
Escape fecal
Fistula anal
Higiene
inadequada
Evacuação
incompleta
Tumores
- Prolapso
retal
2- Por transbordamento
pela abertura anal:
Tumores
Fezes
endurecidas
3- Lesões dos
esfíncteres:
Obstétrica:
Episiotomia, desproporção cefalo-pelvica
Trauma
Tumores
Prolapso
retal: Saída do reto
Cirurgias
Proctologicas: Hemorróida, fissura, fistula e condiloma acuminado
4- Doenças:
Diabetes
Esclerose
múltipla
Esclerodermia
Acidente
Vascular Cerebral
5-
Envelhecimento
6- Diminuição
Hormonal na mulher:
Estrógeno
7- Síndrome
do Intestino Irritável
8- Pos
retirada da vesícula biliar
9- Uso
abusivo de laxantes
10- Anismo ou
contratura paradoxal do reto:
Esta síndrome
esta presente em duas afecções que com o tempo poderá levar a incontinência
anal, leia abaixo:
Afecções:
- Obstipados
Crônicos de causa desconhecida.
- Síndrome
dos Intestinos Irritável.
A parada de fezes
no reto deve ser evitada, porque facilita o escape pela abertura anal. O
esforço para evacuar de forma crônica determinara com o tempo uma descida ou
prolapso do períneo e flacidez dos músculos. Os pacientes diagnosticados como
constipados crônicos idiopática ou de causa desconhecida e com a Síndrome dos
Intestinos Irritável em cerca de 33% dos casos têm anismo ou contratura
paradoxal do músculo puborretal, isto e, este músculo durante a evacuação
quando deveria esta relaxado para as fezes passarem, esta contraído fazendo com
que estes pacientes façam um esforço o que determinara de inicio uma dilatação
retal e posteriormente uma incontinência anal por escape. Com freqüência,
durante o exame físico observa-se contração em vez de relaxamento do esfíncter
anal. Uma investigação funcional anorretal através de exames que determinam o
aumento da pressão muscular, inervação anorretal e a dinâmica do esvaziamento
retal deveram confirmar o diagnostico. Você poderá usar supositórios ou enemas
para manter o reto sempre vazio. Uma dieta com fibras (30gr) também e de grande
valia para o esvaziamento retal, lembrando que a ingestão de fibras devera ser
sempre acompanhada da ingestão de líquidos (1,5 a 2i/dia) para que as fezes
tenham uma consistência amolecida evitando o traumatismo anorretal.
Entenda a
explicação das causas de incontinência acima citadas:
1 – Do traumatismo obstétrico:
E a principal
causa de incontinência nas mulheres, com a ruptura do períneo ocorrendo em ate
24% dos partos vaginais.
Mecanismos da
lesão obstétrica:
1- Episiotomia: Consta da secção ou corte no períneo Geralmente para facilitar a passagem do bebe pela abertura vaginal e poderá
lesar os esfíncteres e determinar a incontinência anal.
2- Estiramento do nervo pudendo pelo esforço durante a passagem
da criança pela pelve materna
2- Das cirurgias
anorretais que tem risco de incontinência:
1- Fissura
anal:
A secção cirúrgica do músculo esfíncter anal,
conhecida como esfincterotomia interna, se faz necessária para a cicatrização
da fissura, porem a complicação mais temida por médicos e pacientes e a incontinência anal.
Comentário: Dr. Paulo Branco.
E importante
que o medico tenha certeza que o músculo esteja hipertônico o que poderá ser
determinado ate pelo toque por um medico experiente. O músculo devera ser
identificado com clareza em toda a sua circunferência para posteriormente
baixar a pressão o que eu faço com o laser. Nos pacientes idosos e com qualquer
forma de prolapso a esfincterotomia deverá ser evitada.
2- Fistula
anal:
Existem
fistulas que passam através do músculo, conhecidas como transesfincteriana, e o
cirurgião menos avisado corre o risco de ao retirar a fistula seccionar o
músculo.
Comentário: Dr. Paulo Branco.
Há alguns anos realizo esta cirurgia com o
laser e não tive nenhum caso de incontinência nas fistulas. A idealização por
mim de um guia metálico que identifica o trajeto completo da fistula e
determina a relação do trajeto da fistula com o esfíncter tornou praticamente
nula esta possibilidade.
3- Hemorroida
de quarto grau:
Essas
hemorróidas são grandes, estão prolapsadas (fora do reto) e poderão distorcer a
anatomia local o que poderá facilitar a lesão dos esfíncteres, fator
determinante para a incontinência.
Comentário: Dr. Paulo Branco
O cirurgião
devera ter o conhecimento exato da anatomia dos músculos esfincterianos e
dissecá-los com extrema delicadeza o que evitara a lesão. Em muitos casos
existe uma inflamação local que por alterar a anatomia local torna o cirurgião
mais cauteloso no sentido de adiar a cirurgia após um tratamento clinico
adequado.
4- Condiloma
acuminado:
Muitos casos
de condiloma apresentam um grande numero de verrugas dentro do reto que poderá
tornar difícil a sua retirada com risco de incontinência.
3- Tumores:
Muitos
tumores comprometem os esfíncteres anais e por princípios oncologicos muitas
vezes precisam ser retirados junto com o músculo esfincteriano.
4- Da deficiência
Hormonal em mulheres:
Existem
receptores de estrógeno nos músculos anais, responsáveis pela contração dos músculos
esfincterianos. A deficiência deste hormônio na menopausa determinara a
hipotonia do músculo e instalação da incontinência. Muitas pacientes referem
melhora com a reposição hormonal, porem exames especializados deveram comprovar
a pressão diminuída no esfíncter anal e a diminuição da sensibilidade da mucosa
retal, muito freqüente nas mulheres com deficiência deste hormônio.
Diagnostico:
- Sintomas:
Perda
involuntária de gases, secreções e fezes.
- Exames para
avaliação da função e integridade dos músculos e dos nervos envolvidos na
incontinência anal:
Manometria
anorretal: Mede as
pressões dos esfíncteres.
Ultra-Sonografia: E indolor, simples, de fácil
execução e proporciona uma excelente imagem da integridade de todos os músculos
esfincterianos.
Eletromiografia
e tempo de latência dos nervos pudendo:
Estudam a
integridade dos nervos responsáveis pela contração dos músculos envolvidos na
continência anal que são os músculos do assoalho pélvico.
Tratamento:
O bom
entendimento e o dialogo claro entre o medico e o paciente representa a base e
o fundamental para que um bom resultado e o objetivo traçado seja alcançado e
este bom resultado do tratamento dependera de uma serie de condutas e medidas
que serão dirigidas para o fator desencadeante ou causal da incontinência.
Comentário: Dr. Paulo Branco
A experiência
medica com as afecções que causam a dor perineal e anal e geralmente pequena e
a orientação diagnostica não e feita de forma correta ou não e feita. Eu gosto
muito de explicar a anatomia da região, os músculos e nervos usando figuras de
anatomia para que haja uma compreensão, a maior possível entre o medico e paciente.
1- Formas
leves:
Nesta forma
não há lesão estrutural ou funcional importante dos nervos e músculos responsáveis
pela continência anal. Nesta fase e importante detectar o músculo envolvido
para usar a forma de tratamento correto.
- Diarréia
associada: Os pacientes poderão
ser beneficiados ao receberem uma dieta e medicamentos constipante associada à
reposição da flora intestinal.
- Pequenas
perdas que mancham a cueca:
E uma queixa
muito freqüente. E importante que uma
higiene adequada seja feita para evitar uma possível contaminação das vias
urinarias, assaduras e formação de feridas. Muitos pacientes que sofrem com a
impactacao de fezes no reto com escape de secreções e fezes melhoram com enemas
de pouco volume para uma reeducação para o esvaziamento retal. Estes pacientes referem
uma melhora significativa com medicamentos que atuam sobre a pressão de repouso
do esfíncter anal, referindo diminuição dos episódios de incontinência noturna
e menor utilização dos protetores de roupa. Este medicamento também melhora a
consistência das fezes e diminui o numero de evacuações. O uso de
antidepressivo que reduz a motilidade intestinal e aumenta a contração do esfíncter
anal, alem do bem-estar que proporciona aos pacientes tem sido prescrito com
bom resultado.
Eletroestimulacao:
Sacral e anal.
A
eletroestimulacao determinara a contração dos músculos formadores do esfíncter
anal e poderá ser feita de forma direta sobre o músculo através de eletrodos
posicionados diretamente sobre o músculo ou indiretamente com placas colocadas
sobre os nervos sacrais.
Biofeedback:
E uma técnica
de auto-treinamento de controle dos esfíncteres que tem apresentado bons
resultados na incontinência anal, principalmente se associada a
eletroestimulacao e medicamentos.
Síndrome dos
Intestinos Irritável:
Tenho
observado com certa freqüência a associação da incontinência com esta síndrome
e que o tratamento da mesma com medicamentos que atuem sobre a motilidade
intestinal melhorando bastante o escape
de fezes referido pelos pacientes. Quando o paciente chega no meu consultório
com esta síndrome eu já trato a mesma de imediato e constatei que os pacientes
tem uma melhora clinica e ficam mais encorajados e otimistas para o restante do
tratamento.
Tratamento Cirúrgico:
O tratamento
cirúrgico e reservado para as incontinências severas com lesões profundas dos
músculos responsáveis pela continência anal.
1- Lesão
obstétrica anterior
2- Lesão traumática
pos-cirurgica:
Cirurgia de fistula
Cirurgia de
hemorróida
3 - Prolapso
de reto
Seleção dos
pacientes:
E de grande
importância, por influenciar diretamente nos resultados da cirurgia. São
considerados fatores de mal prognostico:
- Obesidade
- Síndrome
dos Intestinos Irritável
- Alteração
da percepção retal
- Diabetes
melitos
- Neuropatia
pudenda
Técnicas cirúrgicas:
Existem varias
técnicas proposta e o cirurgião devera usar a que tem experiência para
proporcionar a melhora na qualidade de vida, principalmente nos pacientes mais
jovens ou com vida profissional ativa.
- Aposição
dos músculos
- Esfincteroplastia
(Overlapping)
- Reparo
pos-anal de Parks
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